Correlação das biopsias renais com as manifestações clínicas e laboratoriais em receptores de transplante renal
DOI:
https://doi.org/10.12662/1809-5771ri.126.5608.p154-161.2024Palavras-chave:
transplante renal, rejeição aguda, biópsia de aloenxerto renalResumo
O transplante renal é considerado o tratamento de excelência para a doença renal terminal, com a biópsia renal servindo como padrão ouro para avaliar lesões do enxerto e rejeição. O objetivo do estudo foi analisar a correlação entre resultados da biópsia do enxerto renal e aspectos clínicos e laboratoriais em receptores de transplante, contribuindo significativamente para o manejo clínico destes pacientes. Foram analisadas 89 biópsias realizadas entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de julho de 2016. A maioria dos pacientes era do sexo masculino (62,9%), com idade mediana de 41 anos. Os achados mais frequentes nas biópsias incluíram necrose tubular aguda (31,5%), fibrose intersticial e atrofia tubular (16,9%), resultados normais (12,4%), hialinose do doador (10,1%), rejeição celular aguda (5,6%) e rejeição aguda mediada por anticorpos (5,6%). Mais da metade das biópsias (51%) foi realizada nos primeiros seis meses após o transplante, geralmente devido ao aumento da creatinina e proteinúria. A rejeição mediada por anticorpos com C4d-negativo apresentou prevalência de 8,3%. As intervenções terapêuticas após as biópsias incluíram tratamento da rejeição em 12,4% dos casos, mudança para inibidores da mTOR em 6,7%, e redução da exposição a inibidores da calcineurina em 19,1%. Surpreendentemente, nem a creatinina nem a proteinúria foram preditores confiáveis de alterações histológicas. Ao final do estudo, 79,8% dos pacientes mantinham um enxerto funcionante. Estes resultados destacam a importância da biópsia renal no manejo pós-transplante e no ajuste das estratégias terapêuticas, sublinhando que indicadores comuns como creatinina e proteinúria podem não revelar todas as alterações histológicas significativas.
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