Violência sexual infantojuvenil no Brasil

um panorama de seus determinantes e da maneira como se relacionam

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12662/2317-3076jhbs.v12i1.4798.p1-8.2024

Palavras-chave:

epidemiologia, saúde pública, violência sexual, violência infantil

Resumo

Objetivo: construir um panorama diagnóstico da violência sexual infantojuvenil assistida no sistema de saúde no Brasil. Métodos: estudo transversal, analítico, realizado com dados do Ministério da Saúde a respeito da violência sexual infantojuvenil no Brasil, no período de 2010 a 2021. Foram conduzidas análises de estatística descritiva e multivariadas, por meio das técnicas de Análise de Correspondências Múltiplas e de Clusterização Hierárquica. Resultados: observou-se grande importância associada à presença de vítimas do sexo feminino, solteiras, adolescentes, que têm práticas sexuais apenas com homens, em ambiente residencial, na ausência de ex-cônjuge, patrão, madrasta ou cuidador no momento da ocorrência. Notou-se também, importância associada aos casos de recorrências, à coocorrência de violência física e psicológica, bem como relacionada à participação de pais, namorados e conhecidos como violentadores. Além disso, identificou-se que as ocorrências em via pública parecem estar mais associadas a vítimas de baixa escolaridade. Conclusão: a violência sexual infantojuvenil no Brasil se estabelece, portanto, como um importante problema social, cultural, de segurança e saúde pública. Foi possível explorar os principais parâmetros associados às ocorrências no país, permitindo, assim, a possibilidade de sua aplicação em ferramentas e serviços de assistência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Yoder J, Grady MD, Precht M. Relationships between early life victimization, antisocial traits, and sexual violence: Executive functioning as a mediator. Journal of child sexual abuse. 2019;28(6):667-89.

Ministério da Saúde. Violência Sexual. Ministério da Saúde. Brasília; 2020.

de Oliveira SMT, Galdeano EA, da Trindade EMGG, Fernandez RS, Buchaim RL, Buchaim DV, et al. Epidemiological study of violence against children and its increase during the COVID-19 pandemic. International journal of environmental research and public health. 2021;18(19):10061.

Marques ES, Moraes CLd, Hasselmann MH, Deslandes SF, Reichenheim ME. Violence against women, children, and adolescents during the COVID-19 pandemic: overview, contributing factors, and mitigating measures. Cadernos de saude publica. 2020;36.

Souto RMCV, Barufaldi LA, Nico LS, Freitas MGd. Perfil epidemiológico do atendimento por violência nos serviços públicos de urgência e emergência em capitais brasileiras, Viva 2014. Ciência & Saúde Coletiva. 2017;22:2811-23.

Fávero LP, Belfiore P. Manual de análise de dados: estatística e modelagem multivariada com Excel®, SPSS® e Stata®: Elsevier Brasil; 2017.

Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 2016:44-58.

Stöckl H, Quigg Z. Violence against women and girls. British Medical Journal Publishing Group; 2021.

Borumandnia N, Khadembashi N, Tabatabaei M, Alavi Majd H. The prevalence rate of sexual violence worldwide: a trend analysis. BMC public health. 2020;20:1-7.

UNICEF. Panorama da violência letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Brasília. 2021.

World Health Organization. Global status report on violence prevention 2014: World Health Organization (WHO); 2014.

da Rosa CE, de Souza JF. Violência/abuso sexual contra meninos: masculinidades e silenciamentos em debate. Pesquisa em Foco. 2020;25(2).

Miranda MHH, Fernandes FECV, Melo RAd, Meireles RC. Violência sexual contra crianças e adolescentes: uma análise da prevalência e fatores associados. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2020;54.

Sousa RFd. Cultura do estupro-a prática implícita de incitação à violência sexual contra mulheres. Revista Estudos Feministas. 2017;25(1):9-29.

Reinach S. A violência contra crianças e adolescentes na pandemia: análise do perfil das vítimas. Fórum Brasileiro de Segurança Pública Anuário brasileiro de segurança pública. 2021:226-39.

Walker-Descartes I, Hopgood G, Condado LV, Legano L. Sexual violence against children. Pediatric Clinics. 2021;68(2):427-36.

Higaki ÁK, de Souza Caldeira N, Nastari NC, da Silva PAM, Peireira YCL. Caracterização das vítimas de violência sexual no município de Palmas–TO. Research, Society and Development. 2022;11(7):e22611729807-e.

Fernandes HC, Costa DMR, Neves RA. Violência sexual infanto-juvenil no estado de Goiás: análise epidemiológica. Revista Brasileira Militar de Ciências. 2019;5(12).

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: PNAD Contínua 2019. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rio de Janeiro; 2020.

da Mata KCR, Daltro MR, Ponde MP. Perfil epidemiológico de mortalidade por suicídio no Brasil entre 2006 e 2015. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde. 2020;9(1):74-87.

Fonseca GJdS. Efeitos da desigualdade racial de renda sobre a pobreza no Brasil. 2020.

Fernandes RC, Campolina B, Silveira FG. Imposto de renda e distribuição de renda no Brasil. 2019.

Reinach S. Violência sexual infantil: os dados estão aqui, para quem quiser ver. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário brasileiro de segurança pública. 2022:134-42.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2019. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rio de Janeiro; 2020.

Cunha MLC. Abuso sexual contra crianças e adolescentes: abordagem de casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional. Brasilia; 2021.

Penso MA, Conceição MIG, Costa LF, Said AP, Williams LCdA. Abuso sexual de meninos: Características da configuração familiar e do ofensor. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2019;35.

Andolfi M, de Juan López S. La terapia familiar multigeneracional: herramientas y recursos del terapeuta: Editorial CCS; 2018.

Bonar EE, DeGue S, Abbey A, Coker AL, Lindquist CH, McCauley HL, et al. Prevention of sexual violence among college students: Current challenges and future directions. Journal of American college health. 2022;70(2):575-88.

Scoglio AA, Kraus SW, Saczynski J, Jooma S, Molnar BE. Systematic review of risk and protective factors for revictimization after child sexual abuse. Trauma, Violence, & Abuse. 2021;22(1):41-53.

Queiroz DdR, Barros MVGd, Aguilar JA, Soares FC, Tassitano RdM, Bezerra J, et al. Consumo de álcool e drogas ilícitas e envolvimento de adolescentes em violência física em Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública. 2021;37.

Downloads

Publicado

2024-08-26

Como Citar

1.
Teixeira Martins MV, de Araújo Pereira G. Violência sexual infantojuvenil no Brasil: um panorama de seus determinantes e da maneira como se relacionam. J Health Biol Sci. [Internet]. 26º de agosto de 2024 [citado 4º de setembro de 2024];12(1):1-8. Disponível em: https://periodicos.unichristus.edu.br/jhbs/article/view/4798