O Ensino de filosofia na formação jurídica contemporânea: A importância das questões fundamentais

Resumo

No artigo, apresentamos, de modo dedutivo e bibliográfico, a filosofia como uma prática preocupada com questões de ser e de validade, mas uma prática cujo acesso a essas questões é amplo, reflexivo, crítico e, aparentemente, contrário à criação apressada de produtos imediatamente transformadores. A partir dessa concepção, posicionamos a filosofia na formação jurídica contemporânea, terreno em que se sente, atualmente, uma grande e agitada tendência para a transformação tecnológica, sobretudo para a disruptiva. Diante desse modelo emergente na formação do jurista, a filosofia tem um papel interrogante: o de perguntar o porquê do direito, para depois criticar e, se for o caso, acomodar o para quê das novas tecnologias. Assim, a filosofia ajudaria a dizer se o modelo emergente é mesmo urgente ou apenas insurgente. Ao promover a conscientização dos juristas quanto aos fundamentos da sua prática, repelindo como critérios essenciais a eficiência e a competividade, a filosofia também colaboraria com a construção de uma práxis mais solidária.