Comunidades Epistêmicas e a Produção dos Decretos de Indulto no Brasil

Autores

  • Bruno Amaral Machado
  • Reinaldo Rossano Alves Uniceub - Centro Universitário de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.12662/2447-6641oj.v15i21.p50-76.2017

Palavras-chave:

Indulto, Comunidade epistêmica, CNPCP, Produção legislativa, Brasil

Resumo

O artigo analisa o papel do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) na edição dos decretos de indulto no Brasil, retomando o conceito de comunidades epistêmicas. No Brasil, o órgão encarregado de elaborar a minuta do decreto de indulto é o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), que a remete, via Ministro da Justiça, à Presidência da República para apreciação e publicação posterior do decreto. Assim, a pesquisa articulou-se a partir de dois problemas: identificar se o CNPCP pode ser descrito como comunidade epistêmica que orienta a produção de indultos no Brasil e, caso positivo, se nele há uma visão teórica hegemônica/compartilhada. Para a resposta aos problemas, utilizou-se da técnica de análise de conteúdo, complementada com entrevistas em profundidade de membros e ex-membros do CNPCP. Concluiu-se que o CNPCP é uma comunidade epistêmica que orienta a produção de indulto no Brasil e que, nos últimos anos, nota-se que seus membros compartilham ideário predominantemente minimalista, variável relevante para compreender o aumento das hipóteses de incidência e flexibilização das regras da concessão do benefício. De outro ângulo, a produção dos decretos de indultos insere-se no âmbito político, de competência da Presidência da República, o que se depreende quando, em contextos sociais e políticos específicos, o Presidente da República, ao definir o conteúdo dos decretos de indulto, editou decretos distintos daqueles propostos pelo CNPCP, a despeito do conhecimento técnico da comunidade integrante desse órgão.

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Biografia do Autor

Bruno Amaral Machado

Professor da Graduação e dos Programas de Mestrado e Doutorado em Direito e Políticas Públicas do Centro
Universitário de Brasília- UNICEUB. Doutor em Direito na especialidade jurídico-penal (Universidade de
Barcelona). Pós Doutorado em Sociologia (Universidade de Brasília/John Jay-NY). Líder do Grupo de Pesquisa
Política Criminal. Promotor de Justiça em Brasília.

Reinaldo Rossano Alves, Uniceub - Centro Universitário de Brasília

Mestre em Direito e Políticas Públicas. Defensor Público do Distrito Federal. Coordenador do Núcleo de Execução Penal da Defensoria Pública do Distrito Federal.

 

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Publicado

2017-12-29

Como Citar

MACHADO, Bruno Amaral; ALVES, Reinaldo Rossano. Comunidades Epistêmicas e a Produção dos Decretos de Indulto no Brasil. Revista Opinião Jurídica (Fortaleza), Fortaleza, v. 15, n. 21, p. 50–76, 2017. DOI: 10.12662/2447-6641oj.v15i21.p50-76.2017. Disponível em: https://periodicos.unichristus.edu.br/opiniaojuridica/article/view/1465. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

PRIMEIRA PARTE - DOUTRINA NACIONAL